sábado, 31 de outubro de 2009

Em relação ao Ideal Club



Não buscamos necessariamente no espaço que ocupamos o elemento simbólico, digo isso porque é muito diferente se apresentar no Ideal Club em relação a se apresentar em uma igreja, hospital ou penitenciária, como faz o Grupo Vertigem, no nosso caso como em Grotowski, que apresentava seus espetáculos em uma sala ou galpão, os elemento simbólicos virão da cenografia que irá caracterizar o espaço. Ao ocuparmos esse espaço buscamos salientar os signos teatrais, criando um jogo que pretende envolver o espectador, deslocando-o da realidade e também provocando seu distanciando, possibilitando a ele uma nova percepção da cena. Pretendemos fazer isso descentralizando o eixo espacial, fraturando-o em zonas diversas, explorando as suas várias dimensões, jogando com as oposições espaciais para exaltá-las ou apagá-las (o fechado e o aberto, o contínuo e o descontínuo). O espaço é um elemento ativo para que o ator contracene com ele, e ele contracene com todos os outros campos dramatúrgicos, tanto os pertencentes ao ator como os pertencentes à encenação como um todo.


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A ocupação de espaços alternativos e a relação com o público.


Através de tantos exemplos que podemos constatar na cidade, a utilização de um espaço alternativo para criação de um espetáculo, que no passado era uma proposta cênica existente apenas nas experiências isoladas das vanguardas artísticas, algo que era realizado talvez para um público muito específico, atualmente é concreta e totalmente aceita dentro do sistema teatral. Mas, devido à predominância do palco italiano, para um grupo de teatro, ainda é uma experiência nova, por menos inovadora que possa ser a realização de um espetáculo em um espaço alternativo. A utilização de espaços alternativos faz parte do amadurecimento da possibilidade dramática do espaço e do próprio grupo. A idéia recorrente de que o espaço possa falar, pois ele é responsável pela relação estabelecida com o espectador.

Uma das características mais interessantes para o grupo que se utiliza de um espaço alternativo é a existência de uma grande diferença comportamental do espectador em relação a quando este vai a um teatro convencional, com a separação de palco e platéia, e com frontalidade da cena. No espaço alternativo o espectador não sabe o que esperar da cena, dos acontecimentos que ocorrerão a sua volta. Não existe uma relação pré-estabelecida que o deixe preparado. O conforto e a segurança da poltrona disposta à frente do palco desaparecem e a relação entre o espectador e a obra se torna inusitada e a todo o momento surpreendente. Em muitas opiniões o trabalho do teatro imediatamente contemporâneo consiste em mudar eventualmente o lugar cênico, em fazer teatro em toda parte e nos lugares que talvez passem a idéia de serem menos feitos para isso, os espaços alternativos.


(Fragmento retirado do texto de dissertação não concluído, realizado por Yuri Simon, cujo tema era a ocupação de espaços alternativos.)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009







Qual a importância de se revitalizar este espaço? Por quê?

Em minha opinião o Ideal Club é principalmente um espaço abandonado, esquecido. É um espaço ótimo, bem localizado, em plena Praça de Santa Tereza, ao lado de ícones da boemia e da cultura belorizontina, como o bar do Bolão ou o Cine Santa Tereza, hoje também praticamente abandonado. Próximo a uma estação de metrô, ao mercado de Santa Tereza e em breve bem próximo a Bulevar Shopping, na Avenida dos Andradas. Tem uma história bastante interessante, foi uma escola de teatro desde os anos 40, foi casa noturna, restaurante, já sediou o primeiro festival de Heavy Metal de Belo Horizonte, com o Grupo Sepultura (segundo o site do Sepultura). E infelizmente todas as atuais intenções de reavivar o espaço não foram em frente. Minha resposta é uma pergunta: sendo um espaço tão interessante, porque ele não está no circuito cultural?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Arte Híbrida

As características estéticas desse trabalho variaram das imagens do expressionismo alemão, um visual pós-apocalíptico e as relações Dadaístas com a Arte Contemporânea. Plasticamente o espetáculo se coloca como uma grande instalação artística, todos os signos visuais do espetáculo comungaram para esse propósito, desde o cenário e sua espacialização, criados por Heleno Polisseni, dispondo o público nas laterais das cenas criadas, aos figurinos e a caracterização dos personagens, desenvolvidos inicialmente por Alexandre Colla com suas alunas no Centro Integrado de Moda especialmente para o texto, e depois integrada pelo próprio Alexandre à encenação do espetáculo; e a iluminação cênica de Enedson Gomes que assume um aspecto mais ambiental da instalação do que o teatral, mas que e ao mesmo tempo cria efeitos cênicos inusitados; auxiliado ainda por uma projeção de imagens constante em um telão lateral e imagens mal sintonizadas de televisores instalados em toda cenografia.
Além disso, a ambientação sonora será constante no espaço, variando de sons cotidianos de maquinas e pessoas a temas musicais extremamente ecléticos que variam do Heavy Metal, ao Clássico, passando pelo Rock, Hip-Hop, Techno-Samba, Tango, Folk, Minimalismo, e também pela Música Contemporânea.

MATERIAIS E PROCESSOS





As temáticas presentes no texto

Uma das principais temáticas proposta para o texto original de Rodrigo Robleño e abordada pela encenação é a desumanização das pessoas que convivem em uma sociedade que não tem mais o que consumir, observando como exemplo personagens urbanos bem atuais como os moradores de rua, as pessoas que vivem nos lixões, muitos deles portadores de esquizofrenia. E que apesar da perda da “humanidade” não deixam de lado seus vícios patológicos como a psicopatia na disputa por poder, na necessidade de tirar proveito do próximo, e no prazer de provocar sofrimento físico ao outro. Outras temáticas abordadas são: a utilização do sexo como forma de manipulação, a busca pela ascensão social onde ela nem mais existe, a tentativa de enriquecimento fácil, a vida em uma sociedade vigiada, onde as pessoas são controladas por alguém que elas próprias elegeram, e nem sabem por que. Temas contemporâneos e universais.

domingo, 25 de outubro de 2009

CORREÇÕES ETERNAS


O TRABALHO DOS ATORES

O grupo trabalhou nesse espetáculo para composição de personagens com duas linhas principais de pesquisa: A linguagem da performance, em uma instrumentação realizada através de uma oficina de dança contemporânea orientada por Robson Vieira, com o tema proposto pela direção: movimentos não convencionais urbanos, o espaço do corpo e o corpo ocupando o espaço. E inspirado na própria psicologia apresentada pelo texto, o grupo trabalhou para cada uma das personagens uma matriz animal que fornecesse a elas tanto características físicas como psicológicas. Esse trabalho foi orientado pela Assistente de Direção Iolene Di Stéfano. As influências para esses trabalhos foram às criações de Grotowski, Pina Bausch, e a dança de Geraldo Vidigal.

APROPRIAÇÕES - UM MES DE TRABALHO


PEQUENO DESCANSO

sábado, 24 de outubro de 2009

Porque o Ideal Club?

Não foi uma escolha propriamente dita, o Ideal Club. Aconteceu por acaso. Buscávamos um espaço alternativo para nos apresentarmos. Tentamos inicialmente o Galpão Cine Horto, mas não obtivemos resposta, e depois de refletirmos percebemos que também não seria o mais adequado devido à agenda da casa (precisávamos de um espaço que pudéssemos ocupar, e o Galpão Cine Horto, não nos proporcionaria uma agenda tão ampla de trabalho). Depois veio as idéias da Caixa Clara, do Espaço da Odeon e o Espaço da Pierrot Lunar, mesmo problema, não poderíamos ocupar somente usar. A resposta veio da necessidade, vários grupos usaram o Ideal Club nos últimos tempos como local de ensaio, então decidimos que além de ensaiar no local também nos apresentaríamos nele. Nossa necessidade era a de poder ocupar, nos apropriar do espaço. Pelo menos nessa fase inicial onde teríamos que entender a relação com o espaço. Então não houve adaptação, o espetáculo foi construído para o Ideal Club. Futuramente sabemos que teremos que nos adaptar quando formos nos apresentar em outros espaços, aí sim precisaremos fazer os ajustes.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

EQUIPE TÉCNICA E ARTÍSTICA

FORA DE CENA:

TEXTO ORIGINAL - RODRIGO ROBLEÑO
CONCEPÇÃO E DIREÇÃO GERAL – YURI SIMON
ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO – IOLENE DI STÉFANO
CENÁRIOS – HELENO POLISSENI
FIGURINOS – ALEXANDRE COLLA
ILUMINAÇÃO – ENEDSON GOMES
PREPARAÇÃO CORPORAL – ROBSON NUNES
SELEÇÃO MUSICAL – YURI SIMON
FOTOS - JOÃO SILVER
ASSESSORIA DE IMPRENSA – BEATRIZ FRANÇA
PROJETO GRÁFICO - ID3 DESIGN
PRODUÇÃO EXECUTIVA – BETO PLASCIDES (INSIGHT COMUNICAÇÃO E CULTURA)
PRODUÇÃO GERAL – YURI SIMON
REALIZAÇÃO – TRUPE DE TEATRO E PESQUISA

EM CENA:
ELENCO – ORDEM ALFABÉTICA
PERSONAGENS PRESENCIAIS

FYMO - Alexandre Toledo
MALE - Alice Corrêa
BIKS - Edu Costa
SAGA - Flávia Fernandes
GÓRY - Jader Corrêa
TROT - Juscélia Almeida
JAKS - Marcus Labatti
RUMO - Pauline Braga
FÂNY - Simone Caldas
ARTHUL
Flávia Fernandes / Alexandre Toledo / Simone Caldas
Marcus Labatti / Juscélia Almeida / Edu Costa

PERSONAGENS VIRTUAIS
Voz (rádio) - Edu Costa
Voz (orientação - abertura) - Juscélia Almeida
Bemol (voz e vídeo) - Jader Corrêa

Patrocínio:
UAU – CERA INGLEZA – ATRAVÉS DA LEI ESTADUAL DE INCENTIVO A CULTURA
HOSPITAL SÃO CAMILO – ATRAVÉS DA LEI MUNICIPAL DE INCENTIVO A CULTURA

POEMA DO CONCRETO ARMADO

TEATRO

VÍDEO

INSTALAÇÃO

PERFORMANCE

Em lugar algum, numa perturbadora e delirante sociedade pós-consumo, que sobrevive dos restos que foram produzidos pela civilização, em uma comunidade destroçada e caótica, surge uma fagulha de esperança.

Duração: 80 minutos

Teatro: IDEAL CLUB – ESPAÇO CULTURAL
Rua Estrela do Sul, 126

Sextas, Sábados e Domingos 20:00 horas

Valores dos ingressos na bilheteria: R$ 24,00 (inteira) R$ 12,00 (meia)
Venda no Posto Sinparc: R$ 12,00

Período de apresentação: 20/11 a 20/12
PRÉ-ESTREIA APENAS PARA CONVIDADOS DE 13 A 15 DE NOVEMBRO

Email: trupe.bh@terra.com.br ou trupe.bh@gmail.com